O setor sucroenergético atravessa um momento de estabilidade financeira, segundo estudo recente que mostra que as usinas estão mais preparadas para enfrentar os desafios das próximas safras.
Mesmo com o cenário adverso de 2025/26, os indicadores de liquidez, governança e endividamento apontam amadurecimento do setor.
Usinas apresentam melhora em liquidez e endividamento
De acordo com o levantamento, as usinas iniciam a safra 2026/27 com índice médio de liquidez de 2,7x — o dobro do observado em 2015/16. A alavancagem caiu 51%, alcançando 1,8x. Esses avanços refletem maior controle de caixa e adoção de práticas de governança que facilitaram o acesso a crédito de longo prazo com custos menores.
Governança e gestão fortalecem o setor sucroenergético
A melhora na gestão e nos mecanismos de governança tem permitido que as usinas diversifiquem fontes de financiamento. Hoje, cerca de 54% dos grupos analisados possuem caixa superior a 1,5 vez a dívida de curto prazo, o que garante mais previsibilidade financeira e reduz custos. O estudo também aponta aumento da participação do mercado de capitais, que passou de 13% para 27% da dívida total desde 2019.
Usinas e os investimentos em expansão e tecnologia
Apesar da melhora nos indicadores, o setor atravessa uma fase de atenção. O aumento do endividamento bancário para R$ 161 por tonelada reflete investimentos em expansão, irrigação, biogás e maquinário agrícola. Esses aportes, embora elevem a dívida no curto prazo, são feitos com linhas de longo prazo, garantindo sustentabilidade financeira e ganhos de escala com canaviais próximos.
Desafios e perspectivas futuras
Com a pressão sobre preços e custos financeiros, o momento é de cautela para novos investimentos. Ainda assim, as usinas têm recorrido a instrumentos de hedge para proteger margens e reduzir riscos de volatilidade. Caso o preço do açúcar se recupere, a tendência é de queda na alavancagem e reforço da solidez do setor nas próximas safras.
