Moagem é a palavra chave que representa o cenário atual do setor sucroenergético no Centro-Sul do Brasil.
A redução no processamento de cana vem impactando diretamente a produção de açúcar e etanol, além de afetar a qualidade da matéria-prima.
Moagem apresenta retração acumulada
Na segunda quinzena de julho, as unidades produtoras processaram 50,22 milhões de toneladas de cana, queda de 2,66% em relação ao ciclo anterior. No acumulado até 1º de agosto, a moagem somou 306,24 milhões de toneladas, registrando retração de 8,57% frente à safra passada.
Qualidade da cana em baixa
A concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) também caiu. Na segunda metade de julho, foram 139,62 kg por tonelada, 5,21% a menos que o ciclo anterior. Esse indicador de qualidade atingiu o menor nível em 10 anos, reflexo das condições climáticas desfavoráveis.
Moagem impacta produtividade agrícola
A produtividade agrícola média do Centro-Sul caiu 10% entre abril e julho. O índice de toneladas de cana por hectare (TCH) registrou 79,84 toneladas, bem abaixo do ciclo anterior. Essa redução, somada à queda no ATR, diminuiu em até 25% a quantidade de açúcares por hectare em algumas regiões.
Produção de açúcar e etanol
O setor também enfrenta retração na fabricação. A produção de açúcar caiu 7,76% no acumulado, totalizando 19,27 milhões de toneladas. Já o etanol registrou queda de 11,96%, com 13,88 bilhões de litros produzidos. Apesar disso, a moagem de milho para etanol cresceu 13,83% no período.
Vendas e mercado de etanol
As vendas de etanol em julho totalizaram 2,93 bilhões de litros. O etanol anidro teve avanço de 1,06%, enquanto o hidratado apresentou queda de 5,58%. No acumulado, as vendas somaram 11,48 bilhões de litros, com retração de 2,73%.
Mercado de CBios
O mercado de créditos de descarbonização continua aquecido. Até 13 de agosto, foram emitidos 16,13 milhões de CBios em 2025. Já estão disponíveis cerca de 86,90% dos títulos necessários para cumprir a meta do ano dentro do programa nacional.
