Fretes mantêm tendência de alta em agosto com maior fluxo de grãos e insumos

Fretes mantêm tendência de alta em agosto com maior fluxo de grãos e insumos

Fretes seguem em tendência de alta em agosto, impulsionados pelo aumento da movimentação de grãos e insumos em diferentes regiões produtoras do país.

O cenário reflete a forte demanda por transporte, o ritmo recorde das exportações e a concentração da colheita da segunda safra de milho.

Impacto do milho

O milho tem exercido forte influência sobre os fretes. Apesar da produção recorde no Brasil, estimada em 137 milhões de toneladas, os preços internos seguem firmes devido ao consumo doméstico elevado e ao atraso na colheita. O embarque internacional reforça a pressão logística: apenas em julho foram exportadas 2,43 milhões de toneladas, acumulando quase 12 milhões de toneladas no ano. Essa movimentação mantém o mercado de transporte aquecido.

Fretes e o escoamento da soja

A soja também tem influência significativa sobre os fretes. Entre janeiro e julho, o Brasil embarcou 77,4 milhões de toneladas, mas o encarecimento logístico se tornou entrave. Muitos produtores têm preferido contratos futuros, aguardando redução no preço dos transportes com maior disponibilidade de caminhões. A demanda chinesa continua sendo o principal motor das exportações.

Mercado do farelo de soja

No farelo de soja, os fretes permanecem pressionados pelo crescimento do consumo interno. A indústria brasileira de esmagamento deve absorver 57 milhões de toneladas em 2025. As exportações, embora levemente abaixo do ano anterior, somaram 13,3 milhões de toneladas até julho, mantendo elevado o fluxo logístico.

Importações de insumos

Outro fator que mantém os fretes em alta é a importação de insumos agrícolas. Entre janeiro e julho, foram 24,2 milhões de toneladas, alta de quase 9% em relação a 2024. Esse volume recorde pressiona a capacidade logística em portos como Paranaguá, Santos e terminais do Arco Norte.

Fretes em diferentes regiões

A análise regional mostra que os fretes variaram em julho. Enquanto Distrito Federal e Maranhão registraram recuo, estados como Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Piauí e São Paulo tiveram elevação. Nesses locais, a colheita do milho e da soja, somada à alta demanda por caminhões e ajustes regulatórios, elevou os preços do transporte.

Desafios logísticos

A tendência de alta dos fretes revela um desafio constante para produtores e transportadores. Custos crescentes afetam diretamente a rentabilidade e exigem estratégias para equilibrar logística, prazos e preços em meio ao cenário de safras intensas e exportações crescentes.

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