A cana é muito mais que açúcar e etanol. O Brasil, líder global na produção, transformou esse cultivo em um motor da bioeconomia.
Com inovação e sustentabilidade, além disso, surgem novos produtos que ampliam significativamente as fronteiras do setor e, consequentemente, reforçam o protagonismo brasileiro na transição energética.
Bioeletricidade: energia limpa para milhões
Ela produz bioeletricidade a partir do bagaço. Em 2023, foram 21 TWh gerados, suficientes para 11 milhões de casas. Contudo, esse potencial ainda é pouco explorado frente à capacidade estimada de 151 TWh.
Etanol de segunda geração (E2G)
Indústrias obtêm o E2G a partir de resíduos como bagaço e palha. Com isso, essa tecnologia não apenas aumenta a produção sem expandir a área cultivada, como também reduz as emissões em até 30%.
Cana como fonte de biogás e biometano
A fermentação de resíduos como a vinhaça gera combustíveis que substituem o diesel, com até 90% menos CO₂. Até 2025, o Brasil pode alcançar 3 milhões de Nm³/dia.
Cana como combustível para aviões
O SAF é um biocombustível compatível com turbinas atuais. Produzido a partir da cana, ele tem potencial para reduzir em até 80% as emissões do setor aéreo, considerado um dos mais poluentes do mundo.
Transporte marítimo: biobunker e e-metanol
O setor naval busca alternativas limpas. Biocombustíveis oriundos da cana ajudam a reduzir as emissões nos mares, atendendo normas internacionais cada vez mais rígidas.
Cana e o metanol renovável
Por meio da gaseificação da biomassa da cana, é possível obter metanol, que, por sua vez, é amplamente utilizado na indústria química e na produção de biodiesel. Além disso, esse biocombustível apresenta menor impacto ambiental quando comparado ao metanol fóssil.
Como base para amônia verde
A partir do biometano da cana, é possível produzir amônia com baixa emissão de carbono, reduzindo a dependência de fertilizantes importados.
Hidrogênio verde (H₂V)
A produção de H₂V com etanol ou biometano posiciona a cana como alternativa viável para a descarbonização da indústria e dos transportes pesados.
Bioplásticos
A partir do etanol, surgem os plásticos verdes, que, além de apresentarem menor pegada de carbono, vêm ganhando espaço na indústria. Por isso, são cada vez mais utilizados em embalagens e peças automotivas, impulsionados pelo forte apelo sustentável.
Lignina
A lignina da casca da cana é usada em adesivos, resinas e materiais estruturais. Substitui derivados do petróleo com desempenho sustentável e aplicações industriais variadas.
Vetor de desenvolvimento
O setor ocupa 10 milhões de hectares, gera mais de 2,9 milhões de empregos e movimenta US$ 100 bilhões ao ano. A cana não apenas fornece energia e combustíveis, mas também insumos estratégicos para uma economia mais verde.