O etanol hidratado ganha destaque como uma das principais apostas para fortalecer o mercado interno brasileiro e impulsionar o setor de biocombustíveis.
A expansão da produção de etanol de milho e a busca por novos polos de consumo estão criando oportunidades em várias regiões do país.
Etanol hidratado e a concentração do consumo
Atualmente, cerca de 80% das vendas de etanol hidratado se concentram em seis estados: São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Essas regiões abrigam mais da metade da frota flex nacional, o que explica o alto índice de consumo local. Nos demais 21 estados, que somam 41% da frota, a participação do etanol ainda é de apenas 10,1% do ciclo Otto, o que representa um enorme potencial de crescimento.
Desafios tributários e logísticos do etanol hidratado
Um dos principais obstáculos para ampliar o consumo é a desigualdade tributária entre os estados. As alíquotas de ICMS variam de 11,3% a 22%, o que afeta diretamente o preço final do combustível. Além disso, a logística de distribuição ainda é concentrada nas regiões Centro-Oeste e Sudeste. A reforma tributária prevista para os próximos anos deve unificar a cobrança e reduzir as distorções regionais.
Etanol hidratado e as oportunidades de expansão
O avanço do etanol de milho é essencial para atender à demanda futura. No entanto, especialistas destacam a importância de preservar o equilíbrio nos estados que já consomem bem e direcionar esforços para aumentar a competitividade nas regiões com menor participação. O mercado interno pode dobrar o volume comercializado, passando de 4 para 8 bilhões de litros, e elevar a presença do etanol no ciclo Otto para até 32%.
Perspectivas de crescimento e inovação
A frota flex representa cerca de 80% dos veículos leves no país, o que reforça o potencial de expansão. Com novas usinas, incentivos logísticos e políticas de preço mais equilibradas, o etanol hidratado pode consolidar o Brasil como referência mundial em biocombustíveis de baixo carbono e sustentabilidade.
