Veículos a biodiesel são a nova aposta da Vale para reduzir a pegada de carbono de suas operações.
A mineradora iniciou testes de campo promissores no Complexo de Mariana, em Minas Gerais. A princípio, o objetivo é aumentar a mistura do biocombustível nos caminhões fora de estrada.
A empresa utiliza atualmente a mistura de 15%, conforme estabelecido pela legislação brasileira. Contudo, a meta é elevar esse percentual para 30% ou até 50%. Testes em bancada realizados desde 2023 indicaram que essa alternativa é viável e segura.
A aposta nos veículos a biodiesel e a mistura elevada
A utilização de misturas B30 e B50 pode gerar resultados ambientais significativos para a companhia. Estima-se, por exemplo, uma redução de emissões de até 35% em relação ao diesel convencional. Nesse sentido, os caminhões com capacidade de 190 toneladas já estão em operação com o novo combustível.
Essa estratégia de descarbonização busca integrar múltiplas tecnologias disponíveis no mercado. Para mitigar o consumo de diesel fóssil, a Vale prioriza investimentos em biocombustíveis. Além disso, o etanol surge como uma alternativa complementar para a frota.
Monitoramento e adaptações na frota
O desempenho dos caminhões será monitorado atentamente por pelo menos seis meses. As equipes técnicas avaliarão quais adaptações mecânicas serão necessárias nos veículos a biodiesel. O objetivo é manter a performance próxima àquela obtida com o combustível tradicional.
Segundo Carlos Medeiros, executivo da Vale, o biocombustível tem potencial para promover ganhos ambientais relevantes. Após a validação dos parâmetros, a tecnologia poderá ser adotada em larga escala. Dessa forma, a eficiência operacional será mantida com menor impacto ambiental.
A vantagem competitiva dos veículos a biodiesel no Brasil
O Brasil oferece uma grande vantagem competitiva na produção de fontes renováveis de energia. Tanto o biodiesel, derivado principalmente da soja, quanto o etanol são abundantes no país. Por isso, a Vale firmou acordos com fornecedores para desenvolver motores bicombustíveis.
Esses motores dualfuel funcionarão com etanol e diesel, ampliando as opções energéticas. Assim, a dependência de combustíveis fósseis diminuirá gradativamente ao longo dos anos. A diversificação da matriz energética é fundamental para a sustentabilidade do negócio.
Nova fase para o caminhão elétrico
Paralelamente aos testes com veículos a biodiesel, a Vale avança na eletrificação de sua frota. Uma nova fase de testes com um caminhão elétrico a bateria foi iniciada recentemente. O veículo, com capacidade de 72 toneladas, retornou à empresa após ajustes do fabricante.
Essa máquina será utilizada na mina de Capão Xavier, também em Minas Gerais. A avaliação durará pelo menos seis meses para verificar o desempenho e a eficiência. Entre as vantagens, destacam-se a emissão zero de CO2 e a redução de ruídos.
Metas de sustentabilidade além dos veículos a biodiesel
A eletrificação é vista como uma solução robusta para reduzir emissões a longo prazo. O diretor de Descarbonização, João Turchetti, reforça a importância de testar e ajustar as tecnologias. O processo de desenvolvimento exige paciência para alcançar o resultado ideal.
Finalmente, a Vale mantém sua meta ambiciosa de reduzir emissões em 33% até 2030. Além disso, a empresa planeja zerar suas emissões líquidas até 2050. Até o momento, investimentos bilionários já foram realizados para atingir esses objetivos globais.
