Safra 2025/26 é o foco das atenções em Minas Gerais devido ao seu encerramento antecipado.
A princípio, o estado é o segundo maior produtor de açúcar do Brasil e contou com 34 usinas em operação. Infelizmente, este ciclo foi marcado por perdas consideráveis para o setor sucroenergético.
De antemão, a redução da produtividade agrícola foi um fator determinante para esse cenário. Até a segunda quinzena de outubro, foram moídas 71,3 milhões de toneladas de cana. Esse volume equivale a 92% da estimativa inicial da SIAMIG Bioenergia. Provavelmente, a meta de 77,2 milhões de toneladas não será atingida.
O Ritmo Acelerado da Safra 2025/26
A velocidade de encerramento das atividades nas usinas surpreendeu o mercado. Até o final de outubro, 32% da capacidade de processamento já havia encerrado a safra. Em contrapartida, na safra anterior, esse índice era de apenas 3% no mesmo período.
Ainda mais, a tendência se manteve até meados de novembro. Enquanto no ciclo passado apenas 5% da capacidade estava parada, na safra 2025/26 esse número chegou a 70%. Ou seja, as unidades finalizaram suas operações muito antes do habitual.
Queda na Produtividade e Qualidade
No acumulado, a produtividade agrícola caiu 17,6% frente ao período anterior. Isso indica, por exemplo, um menor volume de cana colhida por hectare plantado. A expansão de 6% da área colhida amenizou parcialmente a queda, mas não impediu o impacto geral.
Além disso, a qualidade da matéria-prima também recuou significativamente. O ATR por tonelada de cana registrou uma queda de 3,2%. Consequentemente, houve uma perda generalizada nos produtos derivados da cana nesta safra 2025/26.
Impactos na Produção de Açúcar
O desafio enfrentado pelas usinas foi duplo neste ano. Primeiramente, houve menos cana por hectare disponível para colheita. Em segundo lugar, a qualidade da matéria-prima foi inferior à de anos anteriores.
Depois do recorde de produção de açúcar no ciclo passado, Minas Gerais apresentará recuo. Dessa forma, o estado não atingirá os 5,6 milhões de toneladas produzidas anteriormente. A produção de açúcar foi diretamente afetada pelas condições adversas da safra 2025/26.
O Clima e os Desafios da Safra 2025/26
O cenário de perdas e retrações pode ser explicado pelas instabilidades climáticas. A grande seca e as consequências dos incêndios ocorridos em 2024 foram devastadoras. Do mesmo modo, as chuvas foram mal distribuídas ao longo do último verão.
Para o presidente da SIAMIG Bioenergia, Mário Campos, o setor atravessa um momento delicado. O encerramento antecipado traz reflexos diretos no nível de produção. Segundo ele, esta foi sem dúvida a safra mais desafiadora dos últimos anos para o estado de Minas Gerais.
