O tarifaço imposto pelos Estados Unidos muda drasticamente o panorama para as usinas brasileiras. A nova tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil atinge em cheio as exportações de açúcar e etanol, gerando impactos significativos para o setor.
Segundo a consultoria Datagro, o impacto financeiro ultrapassará US$ 100 milhões, afetando principalmente as exportações para o mercado americano.
Tarifaço impacta exportações de etanol
O etanol será um dos produtos mais afetados pela nova tarifa. No ano passado, o Brasil exportou cerca de 309,72 milhões de litros para os Estados Unidos. Considerando o valor médio de US$ 0,587 por litro, a tarifa de 50% representa um custo extra de aproximadamente US$ 90,9 milhões para as usinas brasileiras.
Açúcar também sente os efeitos do tarifaço
Embora o volume exportado de açúcar aos Estados Unidos seja menor, o impacto financeiro ainda é significativo. As exportações seguem uma cota de 146,6 mil toneladas, com valor médio de US$ 371 por tonelada. Mesmo dentro da cota, a tarifa deve gerar um custo adicional de US$ 27,9 milhões.
Tarifaço afeta usinas do Norte e Nordeste
As usinas das regiões Norte e Nordeste são as mais prejudicadas. Essas unidades operam sob um regime especial de incentivo regional e costumam direcionar parte da produção para os Estados Unidos. A nova tarifa compromete a competitividade desses produtores, especialmente para volumes acima da cota isenta, que já sofriam com tarifas de até 80%.
Custos do tarifaço preocupam o setor
Além do aumento de custos, o tarifaço pode reduzir o volume total exportado para o mercado americano. Como consequência, o setor precisará redirecionar parte de sua produção, o que pode afetar preços internos. Ainda mais, a pressão sobre margens e receitas pode comprometer novos investimentos em inovação e tecnologia.
Tarifaço é considerado barreira comercial agressiva
A medida do governo norte-americano é vista como uma barreira comercial. Mesmo que a cota para açúcar represente uma pequena parcela das exportações totais, ela simboliza uma abertura estratégica que agora está sob ameaça. Especialistas alertam que a ação de Trump pode desencadear retaliações e tensões comerciais entre os países.
